O Islamismo no Ocidente Medieval

Gravura otomana retratando o momento da revelação pelo anjoGabriel do Alcorão ao profeta Maomé

Olá Nerdievos, hoje trazemos até vocês um pouco sobre o islamismo no ocidente medieval, focaremos em falar sobre o conflito com o cristianismo.


Conceitos introdutórios

Alá (Allah) em árabe em um medalhão na Hagia Sofia, em Istambul
Islamismo é a religião monoteísta fundada pelo Profeta Maomé, em 622. "Islã" é uma palavra árabe que significa “submissão”.
Assim, aqueles que obedecem a “Alá”, e aceitam Maomé como seu profeta, são chamados de muçulmanos. O termo Allah, na língua árabe, significa "Deus".
Maomé não rejeitou completamente o judaísmo e o cristianismo, duas religiões monoteístas já conhecidas pelos árabes. Em vez disso, teria declarado que é necessária proteção a estas religiões e informou que tinha sido enviado por Deus para restaurar os ensinamentos originais destas religiões, que tinham sido corrompidos e esquecidos. Porém, isto de acordo com a Enciclopédia Judaica, Maomé tornou-se cada vez mais hostil aos judeus ao longo do tempo quando "percebeu que havia diferenças irreconciliáveis entre a religião deles e a sua, especialmente quando a crença em sua missão profética se tornou o critério de um verdadeiro muçulmano".
Cerca de um ano após a morte de Maomé, Abu Bakr, seu sucessor, ordenou a compilação dos ensinos do profeta; mais tarde, por causa das variantes e confusões surgidas, Otman, o terceiro califa (644-656), ordenou uma revisão final do texto e a destruição de todas as cópias anteriores.

Maomé e o cristianismo

Profeta Maomé recitando o Alcorão em Meca (gravura do século XV)
A falta de familiaridade de Maomé com o cristianismo ortodoxo e com a Bíblia fica evidente no Corão. O livro refuta as afirmações cristãs de que Jesus morreu na cruz de que ele era o filho de Deus e de que Deus é um ser triúno, mas também questiona afirmações que os cristãos nunca fizeram, como a de que Maria era irmã de Arão e Moisés e era parte da Trindade.
 No ano 711, os omêiades atravessaram o estreito de Gibraltar sob o comando de Tarik invadiram a Península Ibérica, ocupando a maior parte do território até 716. Rapidamente, após a unificação das tribos árabes, o islamismo, expandiu-se em todas as direções. Em poucas décadas, ocupou uma extensão de terra somente comparável ao Império romano em seu auge. Assumiria logo o papel de agente de ligação comercial entre áreas economicamente importantes do mundo de então: na Europa, na África e na Ásia. O progresso militar atingido pelos muçulmanos permitiu-lhes isolar a Europa, bloqueando o comércio especial mente através do controle do mar Mediterrâneo. Para muitos historiadores, isso acentuou uma tendência já existente desde o século 5, voltada para a vida agrária, e que conduziria a Europa ao feudalismo.
Não houve força capaz de deter o avanço expansionista islâmico. O Império persa e o Império bizantino estavam enfraquecidos por um longo confronto entre si. Na Europa não havia poder algum em condições de derrotar definitivamente os seguidores de Maomé, Em menos de um século, já haviam sido dominados aqueles os impérios persa e bizantino, além da maior parte do norte da África e da península Ibérica. Somente nesta última região, os muçulmanos permaneceriam por cerca de oito séculos. Quando invadiram a península, no ano de 711, empurraram a monarquia visigoda rumo ao norte, onde se concentraria a resistência aos invasores durante os séculos seguintes.
Em 750, os abássidas derrubaram a dinastia omíada, transformaram Bagdá em capital do Império e iniciaram um processo de desagregação com a instituição dos emirados, que eram califados independentes, tais como Córdoba e Cairo. Posteriormente, a partir do século XIII, o império foi sendo também conquistado pelos turcos, povos originários da Ásia Central, um processo que se estendeu até o início do século XX, mas que manteve o islamismo como religião. Na Península Ibérica, os muçulmanos foram derrotados pelos cristãos durante as Guerras de Reconquista, que tiveram fim no século XV.
A extensão do Império, a ligação entre Ocidente e Oriente e a assimilação de hábitos culturais e conhecimentos produzidos pelos povos conquistados proporcionaram aos muçulmanos a produção de um importante patrimônio cultural, incluindo filosofia, medicina, matemática, arquitetura, entre outros, que até os dias atuais se faz presente.

Referências
PIRENNE, Henri. A expansão do Islã no Mediterrâneo. In: Maomé e Carlos Magno: o impacto do Islã sobre a civilização europeia. Tradução: Regina Schopke e Mauro Balade. Rio de Janeiro, ed. Contraponto L  
GARCÍA SANJUÁN, Alejandro. Las causas de la conquista islámica de la península Ibérica según las crónicas medievales. In: MEAH. Seccion Arabe-Islam, 53. 2004. p.101-127. 
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/expansao-islamica-muculmanos-dominaram-peninsula-iberica.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/ascensao-queda-imperio-islamico.htm
http://www.historialivre.com/medieval/salaarabe.htm

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