O Império Franco e a Igreja Católica



O batismo de Clóvis por São Remígio



        Saudações Nerdievos! Sejam bem-vindos a mais um passeio pela Idade Média! Hoje, trazemos até vocês um pouco sobre a História de um dos principais reinos bárbaros da idade média, o Reino Franco ou Império Carolíngio, tratando principalmente da sua ligação com a Igreja Católica. Abaixo indicamos algumas bibliografias que podem ser de grande ajuda sobre esse tema!


Bibliografia Indicada:

A civilização feudal: do ano mil à colonização da América
Autor: Jérome Baschet
Editora: Glovo

História da idade média: textos e testemunhas  
Autora: Maria Guadalupe
Editora: UNESP


REINO FRANCO

 Mapa diacrônico do Reino Franco
Mapa diacrônico do Reino Franco

          De origem germânica, os francos estabelecem-se na Gália (atual França) ao longo do século V. A sua expansão se deu sob o governo de duas dinastias: a Merovíngia e a Dinastia Carolíngia. Foi sob o governo de Clóvis da dinastia merovíngia, que se sucedeu a aliança entre o Reino Franco e o Cristianismo, essa ligação é de muita importância para ambos os lados, pois os ideais de difusão universal de uma cristandade unida, se assemelhavam aos ideais de conquista dos francos. Assim, Clóvis foi o primeiro rei “bárbaro” a converte-se ao cristianismo católico.
        Porém é apenas no ano de 754-6, no reinado de Pepino “o Breve”, que a Igreja assume uma presença definitiva em meio a administração do Reino Franco. Pepino, “o Breve”, alia-se a Igreja, sendo coroado rei franco por esta, afirmando um ritual de coroação para todos os reis que se seguiram na história medieval e parte da moderna. Essa aliança se fortaleceu com a luta dos francos contra os muçulmanos, e com a doação de terras ao papa.
        O ponto auto das alianças entre a Igreja Católica e o Reino Franco se deu durante Dinastia carolíngia, que teve início com Carlos Martel em 717 d.C. Somente após a  morte Pepino, “o Breve”, o mais famoso soberano dessa dinastia, Carlos Magno, assume o papel de expandir o território do Império Carolíngio, sendo que desta vez aliado aos ideais de cristandade (dogmas; valores), uma vez que ele era devoto cristão.
         Carlos Magno estendeu seu domínio por uma parte considerável da Europa ocidental, chegando a receber do papa Leão III o título de imperador do Novo Império Romano do Ocidente. Fato este que separa de uma vez por todas a Igreja em Constantinopla e o Império Romano do Oriente do mundo Ocidental cristão. Através dessa aliança, a Igreja consolida sua organização e lança bases de sua posição dominante no seio da sociedade e o Império tira proveito do forte poderio dos bispos, catedrais e dos grandes monastérios, para consolidar sua autenticidade.

Carlos Magno (óleo de Alberto Durero)
    Sobre comando de Carlos Magno o Reino Franco atingiu seu apogeu, com territórios onde hoje correspondem a França, Alemanha, Bélgica, Itália, e mais oito países da Europa. Uma grande marca da relação entre o monarca e o catolicismo é o interesse do monarca pela erudição, principalmente sua ligação com o monge da Nortúmbria, Alcino de York. Manifesta-se nas concepções do imperador uma evidente influência dos pensamentos de seu instrutor, que por sua vez, concebia alguns ideais sobre a liderança do chamado império cristão, e a formação de uma monarquia sábia.
       Para Alcino de York, Carlos Magno a partir da subversão da hierarquia de poderes da cristandade tornara-se a pessoa mais poderosa do império cristão. E, como líder do povo cristão, Carlos Magno se tornaria, nas palavras de seu professor, na "única salvação das Igrejas de Cristo, no vingador dos crimes, guia daqueles que erram, consoladores dos aflitos e exaltação dos bons. Sendo assim seria seu dever levar ao povo cristão sua sabedoria e erudição para assim salvar a todos dos costumes pagãos e demoníacos.
        Assim, Carlos Magno impulsionou o desenvolvimento cultural do império baseado nos ideais católicos. Esse estimulo conhecido como  Renascimento Carolíngio, abrangeu as letras, as artes e a educação. O imperador tornou-se o primeiro a saber ler, o que também lhe dava grande prestígio na época. O principal objetivo dos letrados carolíngios é o de ler e difundir os textos fundamentais do cristianismo – seriam as escrituras Sagradas, manuscritos litúrgicos utilizados na celebração do culto e textos da literatura cristã, outro elemento dessa produção cultural é a difusão de uma escrita. Desta forma a conexão entre o Reino Franco e o Cristianismo se mostra de extrema importância para o crescimento de ambas as partes.



Referencias:
BASCHET, Jérome. A civilização feudal: do ano mil à colonização da América. São
Paulo: Globo, v. 46, 2006. (Conversão ao cristianismo e enraizamento da Igreja; O renascimento carolíngio VIII-IX. p. 60-77).

DE LA PEÑA, Manuel Alejandro Rodríguez. Carlomagno y la Realeza sapiencial. In: Carlomagno y la Civilización Carolingia : Estudios conmemorativos en el 1.200 aniversario (814-2014). 2014. p. 125-140.

GUADALUPE, Maria. Historia da Idade Média: textos e testemunhos. São Paulo: ed. Unesp,2000. P.69-70

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